Solidão é...
Uma onda sem espuma
O amargo de um beijo
Sem desejo de beijar
É pensar de olhos cerrados
Uma porta que se fecha
para não deixar entrar
Uma linha sem destino
Um calor que arrepia
Não ter força para lutar
Sentir-me aqui sózinho
Num coração que esvazia
o meu sangue por amar
Escrever o infinito
Dar vida a uma lárima
e depois vê-la morrer
Ler o que então ficou escrito
E ferir mais uma mágoa
Que nunca deixou de arder
Assobiar contra o vento
no dia mais cinzento
a que a Terra assistiu
É compor sem instrumento
E cantar desalmadamente
Sabendo que a solidão pariu.
Luis Cardina
Londres 2000
O amargo de um beijo
Sem desejo de beijar
É pensar de olhos cerrados
Uma porta que se fecha
para não deixar entrar
Uma linha sem destino
Um calor que arrepia
Não ter força para lutar
Sentir-me aqui sózinho
Num coração que esvazia
o meu sangue por amar
Escrever o infinito
Dar vida a uma lárima
e depois vê-la morrer
Ler o que então ficou escrito
E ferir mais uma mágoa
Que nunca deixou de arder
Assobiar contra o vento
no dia mais cinzento
a que a Terra assistiu
É compor sem instrumento
E cantar desalmadamente
Sabendo que a solidão pariu.
Luis Cardina
Londres 2000
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